sábado, 1 de dezembro de 2012

Como melhor mudar?

       Na filosofia á maneira clássica aprendemos a diferença entre transformação e transmutação. Transformação é o que acontece no desenvolvimento de nossa vida. Nosso corpo está em constante transformação: as células epiteliais se renovando, cabelos e unhas crescendo, o corpo perdendo ou ganhando medidas, etc. Transformamos também nossa vida mudando alguns hábitos, nos transferindo de cidade, o nascimento dos filhos, a morte dos entes queridos, etc. Transformação é um processo natural da vida. Transmutação, entretanto, exige
uma mudança de maior profundidade. Na Ciência Alquímica – presente em todas as tradições, desde China, Egípcia, Babilônia até a Medieval – o objetivo é a mudança essencial dos elementos interiores do Homem. A transmutação não é natural; ela é um esforço quase que sobrenatural para que deixemos um estágio de evolução e atingimos um novo, assim como o nascimento das borboletas. As mudanças, então, são essenciais, não superficiais. Logo, ao falar em mudanças,estamos nos referindo mais às transmutações do que às transformações.
         Seguem agora algumas reflexões que possam servir para as mudanças, acreditando que não existe “receita de bolo”, mas que talvez sirvam como ponto de partida:

1º) Eleger de modo claro aquilo que pretende mudar em si mesmo. De preferência escrever e colar em algum canto da casa, para lembrar e visualizar todos os dias.
2º) Combater um “defeito” ou um “vício” é um empreendimento que exige muita atenção e disciplina. Força de vontade, perseverança e foco são as principais ferramentas a serem usadas e desenvolvidas.
3º) Não apenas combater o que busca erradicar, mas também desenvolver a virtude oposta. Por exemplo: busca-se combater a preguiça. Logo, desenvolver mais a vontade no sentido de sempre estar realizando algo de útil, não somente para si mesmo, como também para os demais.
4º) Buscar companhias de pessoas que ajudarão no processo de mudanças. Todos sabem que estar em meio a fumantes enquanto tenta largar o vício não é uma boa estratégia. Se buscamos estar mais saudáveis internamente, buscar companhias de pessoas que falem, busquem, reflitam e vivam estas mesmas ideias.
5º) Tentar! A grande maioria das pessoas fracassam em seus projetos não por falta de capacidade, mas porfalta de ânimo para o impulso inicial.  Na dúvida entre fazer ou não fazer, melhor o risco da ação do que da inação. Na ação, mesmo errada, ganha-se a experiência. Na inação, nada se ganha.
6º) Desenvolvimento da Vontade. Temos aprendido que ter força de vontade é sempre agir. Porém, Vontade pode ser também “não ação”. Por exemplo: temos como proposta não criticar ninguém durante o próximo mês. Na prática, mesmo que venham os pensamentos de crítica, não manifestá-lo em palavras e/ou atos. Vontade, nesse caso, foi “não fazer” o querer, mas “fazer” o que deveria ser feito - não criticar.
7º) Buscar mudanças não apenas para o desenvolvimento pessoal, egoísta, mas, fundamentalmente, preparar a personalidade para melhor desempenho na convivência com as pessoas, tornando-se mais justa, inteligente e bela, apta a receber e abraçar ideais de vida que possam ajudar os demais e chegar atransmutar verdadeiramente o seu interior.

               Lembremos que as melhores mudanças que podemos realizar são aquelas que ajudem a melhor servir nossos semelhantes; a participar de modo ativo e consciente ao plano da Natureza, de colaboração e desenvolvimento em todos os níveis. E a filosofia à maneira clássica tem como proposta esta saudável transmutação nos seres humanos, ao buscar nos tornarmos melhores para servir ao Mundo e a Humanidade.

2 comentários:

  1. É a verdadeira aplicação da filosofia prática, visto que você observa os resultados em você mesmo.
    Luiz Alberto Jr.

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  2. Caminhar...deixando um rastro de luz sempre!...

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